BRASIL PREPARATIVOS.

São Paulo | Junho 2019

Uma coisa é sonhar, a outra é executar e materializar este sonho. Se eu soubesse que iria enfrentar tanta burocracia para enviar a moto para a Oceânia, acredito que teria ido só com uma mochila. Mas como sou “chato” e adoro desatar nós, eu decidi que ia encarar este desafio.

OGRO(S) Foto: Bia Boleman

OGRO(S) Foto: Bia Boleman

A moto chegaria no final de maio e teria que vender meus três "velhos” veículos, duas motos e o OGRO, meu fusqueta que ficava em Floripa, assim complementaria a verba para o pagamento da minha nova parceira.

Finalmente no dia 26 de junho de 2019, recebi a Himalayan na concessionária de São Paulo, era a primeira vez na minha vida que comprava uma moto zero quillômetro.

Resolvi emplacar a moto em Florianópolis e para isto eu teria 3 dias para rodar até Santa Catarina sem a placa, e como a primeira revisão é realizada com 500 km, eu teria que fazer uma parada em Curitiba.

Meu amigo Chris Miranda, da Garage Metallica em São Paulo, disse que conhecia os donos da concessionária Royal Enfield de Curitiba e fez a ponte com o Cezinha Mocelin, que viria a ser um grande parceiro desta jornada.

Me senti a vontade na Himalayan, uma moto de 400 cc bem forte, robusta e ágil para andar no trânsito.

A missão agora era arrumar as “tralhas” e ir para a estrada, o lugar para o qual esta moto foi concebida e eu também!

 
Concessionária Royal Enfield | São Paulo   foto: Alexandre Mondani

Concessionária Royal Enfield | São Paulo foto: Alexandre Mondani

REVISÃO dos 500 km em CURITIBA

RUMO FLORIPA

No caminho rumo a Floripa, coloquei em mochilas tudo o que achava necessário para viagem e imaginando como distribuiria toda esta bagagem pela moto.

Desta forma começaria a entender o que era realmente necessário, o que daria para diminuir de tamanho e o que poderia ser descartado.

Como eu queria levar uma mini produtora de filmes a bordo, senti a necessidade de ter um baú e dois alforjes laterais. Comecei a procurar alguma empresa que me apoiasse com esta estrutura.

A parada na concessionária em Curitiba foi bem rápida. Lá conheci o Cezinha Mocelin e o Maurício, chefe do mecânicos.

Nesta revisão de 500 km foram trocados o óleo, filtro e realizado alguns ajustes.

O Maurício com muita paciência foi me explicando cada etapa da revisão, pois saindo do Brasil eu que faria as próximas trocas de óleo e filtro.

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FLORIPA

Levei a Himalayan no Detran, que fica no continente e até que foi bem rápido o processo para fazer o emplacamento e a documentação. De agora em diante uma moto com placa de Florianópolis iria rodar o mundo.

Tive alguns dias para me despedir da casinha de Floripa, dos amigos e dar as últimas remadas de canoa havaiana. Este lugar tem um significado muito importante na minha vida pois foi aqui que passei meus melhores momentos nos últimos anos e também foi o lugar onde me recuperei de todas as cirurgias, após o acidente de moto em 2010. Aqui estão as pessoas que considero minha segunda família: a Silvia, o Marcão, seu filhos o Zezo e IGI e que há 14 anos me deixaram compartilhar este pedaço do paraíso.

O QUE LEVAR NUMA VIAGEM DE MOTO?

Resolvi fazer uma planilha para quantificar tudo que precisaria levar e de como faria a distribuição de todos estes objetos na moto. Sempre que começo a pensar num projeto eu vou desenhando num papel, mas tinha tanta coisa que preferi colocar tudo numa planilha, que foi crescendo a cada dia. Pela internet comecei a pesquisar as empresas que faziam as malas de alumínio para moto, pois seria muito trabalhoso carregar tudo em mochilas.

Planilha com todos equipamentos para a viagem e o local onde ficariam instalados.

Planilha com todos equipamentos para a viagem e o local onde ficariam instalados.

ADAPTADORES 12 VOLTS PARA CARREGAR BATERIAS.

Durante a viagem vou precisar de um carregador para baterias do celular, câmeras e drone. Para isto adaptei um carregador no painel da moto com uma entrada USB e uma fêmea 12volts que servirá para o compressor de ar portátil. Fiz alguns testes pois minha dúvida era se o carregador consumia energia da bateria enquanto a moto estivesse desligada. Este carregador tem uma luz de led que fica acessa permanentemente e não tem botão para desligar.

Nesta série de vídeos vou mostrando as adaptações que estou realizando na Himalayan.

Durante os testes monitorei a carga da bateria durante 24 horas (sem ligar a moto). Logo que desliguei estava com 12,66 volts e após 24 horas ficou em 12,54 volts, portanto não vi necessidade de mexer no chicote da parte elétrica para ligar o carregador na chave de ignição.

Decidi que levaria um painel solar, o mesmo que sempre usei nas viagens para o Saara, assim quando ficasse parado por muito tempo em algum lugar sem acesso a energia elétrica eu teria uma alternativa.

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EGEA - FABRICANTE DE MALAS DE ALUMÍNIO

Nas minhas pesquisas para localizar uma empresa que fazias as malas de alumínio achei a EGEA em Piracicaba, no interior de São Paulo. A EGEA fabricava exatamente o que eu estava precisando. Enviei um whatsapp explicando a ideia da viagem e se a empresa poderia me apoiar. Em menos de 5 minutos o Rodrigo Egea, que é o proprietário, respondeu positivamente. Nunca tinha conseguido um apoio neste tempo recorde. No outro dia já estava na estrada seguindo de Florianópolis rumo a Piracicaba. A Himalayan ganharia novos "cômodos". Abaixo, em vídeo e fotos, todo processo de adaptação.

Nos próximos anos, todos objetos que eu tenho estarão pendurados dentro destes "balaios".

Video realizado na fábrica da EGEA durante a instalalação do top case e alforjes. fotos | vídeo | edição : Toco Lenzi Piracicaba, SP